sobra-me o corpo, os braços, os
espaços. falta-me o fôlego para te seguir o lume forte, queimas-me
a retina a ponto de caramelo, tu. deita-me água na fervura do sul,
que os ossos, os músculos com que transito o mundo já não servem. tento uma espiral derviche para te atingir nessa verdade
transdimensional onde os nossos corpos celestiais se fundam e
eclodam em palavras ora macias ora contundentes como o mar dos
orixás. tu, sou desfeita de cristais sagrados quando me falas. tu,
abres-me sem limite até à entorse da emoção mais entalada. reconheço-me em ti, assumo-te, de assumir, de somar, de sumo, de
sumaúma. tu, água benta, saras os poros azedos, entupidos por
lembranças secas. tu, antídoto de cobra silenciosa,
remédio de tempo em suspensão, tu.
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