chamo-te pela espiral que te mantém
sentado sobre as termas, sobre os túneis iniciáticos, horta
de framboesas, quinta da regaleira, devagar lanças a brisa na
palma da tua mão e uma bola de sabão é palavra sossegada que cai
na minha boca; assim me ofereces o orvalho e a geada e os ventos do
sul atados num molho como se fossem ervas simples; assim me inicias
nos segredos dos ocos teus; assim te me apareces em forma de
gato sagrado, ou de cavaleiro ou de águia ou de barco,
calmo, ao sabor das ondas navegado. não temas pelos nomes dos deuses
futuros, sou pajé na aldeia dos teus trilhos, sou mercúrio, sou
xangô e é quando pronuncias o luar ou a espuma do mar que te
compreendo além do âmago e te abraço.
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