É assim o nosso jardim. As vestes servem para cobrir as flores nas horas
de mais sol, enquanto nós nos amamos à sombra da mangueira. Por vezes
aparecem para nos visitar pessoas amigas com boas intenções. Elas trazem
coisas imprestáveis como cadeiras, pratos, candeeiros que ficam para
ali deitados a ganhar ferrugem. Quando chegam, e quando se vão embora,
as pessoas amigas beijam-nos, porque assim ajudam. Elas não sabem que à
noite há os teus olhos e Sírio, há os nossos pés e mãos, há as
vontades. Não sabem que de dia, caminhamos por entre as árvores e
apreendemos coisas necessárias à vida do jardim, como o riso das folhas,
o cheiro do pau de canela ou o verde da hortelã. É coisa séria, o
verde da hortelã.
A Chávena de Humanidade
O Cháismo é um culto baseado na adoração do que é belo entre os factos sórdidos da existência diária. (...) É uma tentativa terna de atingir algo possível nesta coisa impossível a que chamamos vida.
El teísmo es un culto basado en la adoración de lo que es bello entre los hechos sórdidos de la existencia diaria. (...) Es un intento tierno de alcanzar algo posible en esta cosa imposible a la que llamamos vida.
Kakuzo Okakura
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