o que encanta num homem é o rebento, a
decisão com que abre um livro decidido e lentamente deita uma página
sobre outra como se todas fossem filhas numa noite de trovoada. a
decisão de esquecer o abrupto e festejar as incertezas que adubam os
amores, caminhar sobre as horas como criança ao pé coxinho,
brincalhão, atento ao chão que pisa. um livro sabe esperar seu
turno na prateleira, a vida tem urgências e mistérios decifráveis
a quatro mãos. homem que ama sabe que cada página tem seu lugar, que
a noite tem respostas improváveis, que os olhos por vezes são
vencidos pelos sonhos.
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