as tuas mãos foram feitas para acompanhar
os astros. são feitas da matéria dos tempos antigos: formaram-se a
custo de rochas, ventos e feitiços. são feitas do cheiro da chuva,
transparentes como o sal que se mistura aos elementos puros. vencem porque não lutam: imprimem. não tiram: são. sobem
pelas tardes das cores até ao fôlego empenhado de um violoncelo. balançam nas tardes à varande e te descobrem limpo, próprio,
contundente como um livro. as tuas mãos são a última das águas,
por isso taças. são cálices para o descanso das verdades
emergentes, caminho translúcido, líquido dúctil e quente, vinho. as tuas mãos são para ser bebidas, rápidas como um riso, rotundas
como o cerne.
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