O coração teu serão os meus braços longos e brancos como o verão polar.
Agarro-me a ti como mexilhão à rocha, sou grata à ira do mar que nos
une. Permaneces calado e expetante como uma
estação enquanto eu passeio os olhos pelo cais da tua nuca. Oiço uma voz
dizer: beijo número cem, cais do peito; beijo número mil, cais da
fronte; beijo número cem mil, cais da boca. Passeio demoradamente pela
calçada tua, como só um andarilho. Sou ave - voo por cima do teu
teto de vidraça e a tua paisagem é-me estranha e familiar como uma
viagem sonhada. Cresço no teu fôlego e sou tudo o que te olha sem
ângulo, o olho que és, em redondo, à tua volta, o receptáculo do
pensamento teu, tu absorto na beleza de uma teia de aranha ao sol
enquanto te penso, te invado como um bafo leve, finalmente possuo-te e em ti assento
como Zeus numa mortal.
A Chávena de Humanidade
O Cháismo é um culto baseado na adoração do que é belo entre os factos sórdidos da existência diária. (...) É uma tentativa terna de atingir algo possível nesta coisa impossível a que chamamos vida.
El teísmo es un culto basado en la adoración de lo que es bello entre los hechos sórdidos de la existencia diaria. (...) Es un intento tierno de alcanzar algo posible en esta cosa imposible a la que llamamos vida.
Kakuzo Okakura
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