no mar somos pares,
pescadores, sobreviventes da noite e do desejo
e assim tu és corpo que ara e eu terra que aceita, tu ferramenta que cava e eu rego onde plantar semente
para depois voltar à tua boca de pão de broa com passas,
nozes e leite quente, nalguma parte do meu corpo
escondida e renovada cada dia, na branca pedra de Vénus às
segundas, nas teias do ventre aos domingos, nos bicos dos seios ao
meio-dia; e
se, meu amor, tiver uma casa onde te esconder, uma água onde gozar,
seria térrea ou quinto andar? poça ou baía
para nadar? seria morna baía de ti onde mergulho
até tornar-me água e sentir-te fundo habitante do meu mar ou entalado areeiro do meu corpo como amêijoa ou ostra minha até ao tutano?
A Chávena de Humanidade
O Cháismo é um culto baseado na adoração do que é belo entre os factos sórdidos da existência diária. (...) É uma tentativa terna de atingir algo possível nesta coisa impossível a que chamamos vida.
El teísmo es un culto basado en la adoración de lo que es bello entre los hechos sórdidos de la existencia diaria. (...) Es un intento tierno de alcanzar algo posible en esta cosa imposible a la que llamamos vida.
Kakuzo Okakura
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