serei eu quem espere na beira com a
tocha pronta para te acender sobre as vagas
que nos consumam, será uma mão minha que te conduza até às minhas
trevas, a caverna onde femeamente te espero
desprovida de história ou pecado, serás
tu a atravessar-me como o rio e eu serei a mágica que caminha as
pontes à tua espera, calma ou aos gritos de ti que és
tão cheio do que dá para ser e o que nunca foi, em mim, tão
enchido da falta de mim, que em mim virás ao mar e eu serei a
guardiã das tuas águas interiores derramadas para gozo das ninfas e
os centauros, Paris que sou de ti, porque
te espero em luz e torres e arcos do triunfo, colorida e transparente
à espera do teu corpo franco entrar-me pelas ruas da saudade, pelas
pontes de Cortázar até ao Sena.
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