partir as pernas da confiança como um soldado romano as de um
crucificado até os ossos do coração se ouvirem em estalo ao pé da
estrada ou no meio do mar; deixar o coração vago e sangrante como um rio
moribundo, como um trapo à mercê das mãos que se anunciaram cheias e
mostraram dois buracos negros onde engolir o cálice sagrado da intimidade; partir para longe do dentro e não deixar de
sentir como o ventre se rebela contra as lembranças, como nada resta
senão a vontade de abortar sonhos, como um rosto ou um corpo ou uma palavra se interpõe entre o
coração e a alma, como custa manter a porta aberta e desafiar o frio
do inverno que se anuncia nas covas caladas do que um dia desejamos,
talvez a carícia ingénua, talvez o gozo sem cobrança, talvez só uma verdade
nua no meio da neve a aceitar a queda, o frio e o vento num sorriso frontal,
simples, derramado sobre os ombros em sinal de dar, em som de luz, em
sol de paz.
A Chávena de Humanidade
O Cháismo é um culto baseado na adoração do que é belo entre os factos sórdidos da existência diária. (...) É uma tentativa terna de atingir algo possível nesta coisa impossível a que chamamos vida.
El teísmo es un culto basado en la adoración de lo que es bello entre los hechos sórdidos de la existencia diaria. (...) Es un intento tierno de alcanzar algo posible en esta cosa imposible a la que llamamos vida.
Kakuzo Okakura
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