Nada sobrou dos olhos; nada a memória
dos gestos, a desolação ou o adeus. Nada me toma já pela cintura
da dor, perímetro hoje voltado para o mar, os afetos. Trabalho as
horas como palavras, trepo pelos degraus positivos do adjetivo, pelas
conjugações mestras das horas, o tapiz do tempo e os seus atos que
é tapete à porta da casa do amor. Há uma janela de onde olho para
o presente, uma abertura que já foi e cresceu para porta, e para
arcada no terreiro do paço ou porta de Alcalá, Arco do Triunfo.
Ofereço a cara e os olhos pois os deuses foram sempre exigentes de
nós, tanto como generosos. Enxergo uma praia ou um jardim, algas ou
flores, festa de Iemanjá, um mar que é floresta e receptáculo de
gratidão ou memória, pão ou peixes, água ou fogo, vento ou sede,
tanta sede.
A Chávena de Humanidade
O Cháismo é um culto baseado na adoração do que é belo entre os factos sórdidos da existência diária. (...) É uma tentativa terna de atingir algo possível nesta coisa impossível a que chamamos vida.
El teísmo es un culto basado en la adoración de lo que es bello entre los hechos sórdidos de la existencia diaria. (...) Es un intento tierno de alcanzar algo posible en esta cosa imposible a la que llamamos vida.
Kakuzo Okakura
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