não te deites sob os lençóis da ira. encosta o lábio ao perdão, não
existe cama onde o vento não espalhe as mornezas do amanhã apesar do
frio de ontem. pensaste ganhar, e talvez até algumas migalhas caiam no
teu ninho fora de horas. mas tudo o que pelos andares da noite se torna
água escoa dos sonhos e faz crescer cactos e invernos. tu ventaste o
passado, setembro foi fevereiro e cá se fez o sertão no músculo íntimo,
na cama lilás cresceram cactos e esqueletos, os teus pés desencontraram
os meus porque andavam atrás de alvos gastos, tentaram a hera pelo muro,
as janelas, a cozinha até desconseguirem o sonho, atravessados por um
mar de gelos, mentiras e livros vazios. enquanto isso, o tempo passou e
eu tinha posto as hortênsias a secar. por isso, agora, tu já não és e na
cozinha a beleza ocorre num bouquet cinzento-lilás que se forjou
caladamente enquanto a distância nos ia acontecendo.
A Chávena de Humanidade
O Cháismo é um culto baseado na adoração do que é belo entre os factos sórdidos da existência diária. (...) É uma tentativa terna de atingir algo possível nesta coisa impossível a que chamamos vida.
El teísmo es un culto basado en la adoración de lo que es bello entre los hechos sórdidos de la existencia diaria. (...) Es un intento tierno de alcanzar algo posible en esta cosa imposible a la que llamamos vida.
Kakuzo Okakura
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