O corpo da mulher caminha-se pelas bermas. Sofre-se como procissão de
joelhos pela estrada, pelas pedras, até ao altar onde depositar as
flores da nossa fé. O corpo da mulher não cabe nas mãos de um
guardabosques, não entra pelas portas de uma casa velha, não sobe pelas
encostas da fome. O corpo da mulher enrosca-se como a hera pelas
frestas da vida e assoma flores pelos buracos mais inesperados, sejam
eles as horas da noite, uma toalha branca à mesa do almoço, um cheiro a
orquídea nos lençóis. O corpo da mulher é florido, é pomar, ramo que
pelas grades fora se estende e alimenta o vizinho distraído; fruta que
pela casca se desfaz e no solo enxerta uma vida nova, assim, como quem
canta ou assobia ao varrer as folhas do outono. O corpo da mulher é uma
verdade que salta pelos contornos da altura e o comprimento e voa ao
futuro onde se recolhe no amor dos frutos e as lembranças.
A Chávena de Humanidade
O Cháismo é um culto baseado na adoração do que é belo entre os factos sórdidos da existência diária. (...) É uma tentativa terna de atingir algo possível nesta coisa impossível a que chamamos vida.
El teísmo es un culto basado en la adoración de lo que es bello entre los hechos sórdidos de la existencia diaria. (...) Es un intento tierno de alcanzar algo posible en esta cosa imposible a la que llamamos vida.
Kakuzo Okakura
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