como um cortinado no verão apenas deixamos passar a luz aprumada para não atrapalhar os dias. agora é noite, agora é calor. é preciso peneirar as vozes, os corações. os passados, que não são dos outros. nem nossos. é preciso tentar o caminho do fluido, sempre. ser-se líquido pelos canos das agendas. é preciso tentar e tentar-se, deixar-se andar, sempre, defrontar a nossa sombria caule adentro nos olhos dos outros, atravessar o sujo pesadelo seiva ou saliva acima para acordar suados mas sem mácula. é preciso entregar-se ao nada, apenas para cair e tomar impulso. é preciso saber voltar para examinar uma pedra ou uma erva, saber sentar, saber sentir, saber-se fraco. é preciso saber perdoar-se, saber encantar-se, saber amar-se.
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