baixo as neves do que havemos de ser estremece qualquer coisa em jeito de erva ou serpente. vejo-te crescer e fragmentar as cores como um caleidoscópio. há sempre um olho, um outro lado, uma espreita. a concavidade em que me insinuo mulher. o osso em que me seguro para te procurar no meio das trevas. os vínculos calados. ou então a distância. gumes como fios de ouro, de outro. é o pescoço e os braços que o rodeiam ou as mãos que o tocam. os dentes que o farejam. somos todos caçadores, afinal de contas. mas às vezes esquecemos perseguir a manhã antes que seja tarde demais. hoje os ventos colam-se aos olhos, hoje é cedo porque ainda não disse adeus e todos os dias são o último dia.
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