remeter os órgãos para o lugar do outrem, trocar silêncios a cada batida até bater de frente com a nascença de todos. uma aranha habita-nos as esquinas do sono, tecendo as letras do diálogo interior que nos invade até nos prender na nossa própria teia. a história é teimosa e repete-se a si própria. por isso o maior dos presentes são o outrem e o hoje, para poder nascer sem o coração na boca, sem o cordão umbilical ao pescoço das palavras. é preciso saber nascer antes de tudo, que daí nos vêm os pesadelos e os risos inesperados. é preciso rebentar os braços em mãos e dedos a favor do vento. as velas é que aproveitam a brisa para fazer o caminho, mesmo quando sopra contra. navegar é belo, mais ainda em plena tempestade.
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