é o olhar o que nos torna unos. não o nosso, partitório, divisivo, infinitésimo até ao absurdo. cair pelo bordo dos cílios e desembocar na corrente, não da água, mas do metal com que escravizamos os outros, os sem voz, os seres de pelúcia com quem brincamos a ser deuses. nunca será suficientemente cedo para a hora do brilho no olhar de um outro ser nascido sem linguagem. calamos por eles enquanto gritamos pelos que têm voz como se nada fosse. como se o nosso estômago agradecesse o sofrimento e a podridão a que nos submetemos. estamos tão distantes. tão esquecidos.
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