confiança. brancas folhas do antigo caindo ao pé de um olhar húmido. caem-nos pelos costados as leves pétalas dos passados e a cada sombra semelhante, a cada palavra, a cada sotaque, o tacto breve da pelúcia antiga nos arrepia os braços, as pernas, as lembranças. algumas flores não cheiram, e por isso são menos belas, e também menos cruéis. o hálito da infância escorrega pelas veias e surpreende-nos em plena rua ou sumidos na tristeza perante um mar calado ou um rio escuro. as pétalas da confiança cheiram a belo e não morrem, apenas pairam para nos deixarem o sabor da aprendizagem. que qualquer tristeza ou abandono vale a pena um olhar de branco oxidado, um bordo dobrado pelo tempo que passa a caminho de ser terra e de novo pelúcia. qualquer um, e mais quando há sol e o dia é frio mas confiamos na chegada de março.
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