a noite não sabe a noite. caminho pelas costas das
linhas porque o longe hoje é uma utopia. pergunto-me onde estás. em
casa, sim, mas onde estás. em ti? em mim? talvez na casa das palavras
brancas, agora que elas se empilham para nos receber um outro dia cheio
de sol e laranjas. empilho palavras como lenha para a lareira. o inverno
chega e a estrada está cortada. sabemos como esperar. o silêncio é
sagrado, mas cúmplice em presença. na ausência, o silêncio é como o gelo
onde uma mãe ursa procura o filhote caído. corta as mãos, afronta,
serve o coração em nacos.
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