alma-dia. amanheço à procura do pão para hoje. salto
em altura sobre o rio, sou das águas calmas a mãe segura de seios
grandes e quadris-alicerce. da praia ao sertão e de regresso mimetizada
no mangue. sou uma térmite do dia-a-dia, casa no ar e pés no chão, grão e
fruta para o inverno. sou um goiamum: buraco onde me guardo que protege o
mundo dos meus tenazes. há a bicharia que me faz lembrar que a terra é
boa porque nos aconchega. há o húmus, a minha fé. há a praia ao pé de
nós, um mar que lambe os pés da terra que nos dá de comer.
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