volátil é a carga da palavra como fundo é o olhar dos corvos ou as
gazelas. caminham inseguros os pés do intruso na floresta, tornam-se
pedras longas os desejos que aninham no peito do caçador. quantos de nós
saímos a caçar sem dar por nada. quantos de nós fazemos da palavra uma
fisga para ganhar olhos ou ouvidos distraídos. quantos de nós nos
levantamos de costas aos nossos atos, calamos os alvos, enfeitamos os
caminhos com curvas inúteis. aquele que segue sempre em frente bate com
uma rocha ou uma faia majestosa. aquele que se encontra deitado no chão
sente a vida no sangue, na areia que bate na cara e lembra que somos feitos de quedas e renascenças, de cinzas e folhas verdes. de húmus, ossos e correntes.
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