voa longe, pássaro funesto. breves foram as pedras mas a cada pena que largas o coração é turvo e fraco. sobes pelas paredes do futuro porque não percebes que o amanhã não é teu. é simples o jogo da morte, e é a tua vez. salto por cima das sombras com que me envolves, sei que das janelas ouve-se a chuva que anuncia a primavera: ao longe, março rebenta em borbulha nas sete luas de outubro. não há como fugir às asas da vida, essas sim, trazem sempre a verdade, mesmo se embrulhada em panos velhos. e já te disse: voa longe, pássaro funesto, é a morte, é a tua vez.
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