quem dera um deus pequeno para contornar
a falta de fé no verbo humano
uma pele que soubesse receber
um corpo grande doutorado em praia e colo
quem dera uma boca feita em risos sem alvo
uma casa de homem ou um rio
onde deitar as armas e descansar as costas
das descidas, da chuvarada, do caminho
quem dera uma rua de mãos claras
dispostas a soterrar os ventos no olhar
plenas pela palma como um mirtilo à tarde
fundas como um passeio calado
quem dera uns cabelos trançados
que pelos cantos dos olhos telhassem a noite
varressem as verdades a caminho da batida calma
quem dera as nuvens sob o teto do coração franco
quem dera a brisa no verão, a água, a confiança
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