não existe o fim, minha irmã. não existe além das costas e as correntes, os ossos, as espinhas e as estrelas de mar. não existe o termo, zénite ou prova final; há quem sonhe com fitas e flores e músicas, a toada do líder ou o veloz entoam a mesma nota que se finge cheia de significado, farta em sorrisos e olhos, e mãos que batem uma com a outra ao ritmo da soberba; não existe a chegada, minha irmã, ou o fim. não existe, todos os caminhos são circulares, as coordenadas da vida se repetem, os deuses sempre jogam, usam-nos como peões das suas horas perdidas e nós vamos nos encontrar um dia no meio do nada ou da tarde, tu cheia de louros e eu de pó, tão diferentes, tão iguais, no mesmo momento e no mesmo lugar.
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