praça forte. elos que se nos prendem aos pés com que caminhamos como acorrentados. serve-nos o baton ou o mel, tudo, para acender os faróis do talvez e correr em direção ao novo precipício que inventamos para justificar a queda. não sentimos tanto como queríamos porque não entregamos tanto como poderíamos. é a sorte do caloiro que o leva ao saber, à virgindade essencial do pensamento, o momento antes do parto, o que nunca foi criado como verdade mas como fruto do acaso. é uma gravidez sem razão, um caminhar sem ser nunca nascido porque nascemos um pouco antes de chegar e vamos culpando o espaço e o tempo pelas nossas decisões. daí a praça forte, o calvário a que condenamos os outros, aos berros, aos murros ou calados dentro de nós, condenando ou absolvendo. que é o mesmo. assim nos defendemos, assim criamos os caminhos por onde os outros nos podem transitar ou não, assim voltamos uma e outra vez à mesma crença que sustenta o que pensamos ser. a identidade, essa crendice. a praça forte onde começar a dividir o mundo, as bandeiras, as línguas, a vida, a verdade, o espaço, o tempo, a casa, os nomes dos ventos. e é que a culpa, achamos, é sempre do nordês.
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