onde crescem as ligaduras que remedeiam o que não foi. onde habitam todos os sonhos, esse ninho onde dorme o que sabemos e está por descobrir. onde adormecem os cabelos das sereias que nos olham do futuro. onde conversam os golfinhos no seu idioma de sinos e calêndulas. onde nos sentamos a contemplar como o mundo é atravessado de vagas azuis e verdes. onde descansamos num banco de jardim submerso num mar que nos permite respirar caladamente ao ritmo do silêncio dos crustáceos. onde as nossas mãos se tocam e os sorrisos parecem olhares de namorados jovens. onde todos esquecemos o tesouro que trazemos guardado nas palmas das mãos enquanto batemos na vida a punho fechado. onde tu disseste que eu era uma pedra branca e eu me arremessei contra as tuas têmporas inadvertidas. onde tudo foi mas nada faz lembrar porque o verde calado em que mergulhamos quando há sal e luz nos embala o rosto e nem é preciso tocar a pele do outro para o sentir colado.
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