atrever-se a ficar
como o mel entre os dedos
ficar no campo de batalha
e de riso em riste
ouvindo cada inseto
sentindo cada cheiro
atrever-se a ficar
entre os corpos sedentos
e não beber nem amamentar
almas desdentadas pelo ódio
ficar nu perante os olhos olbíquos
que não atingem a verdade
deixar os outros ficarem com o corpo
a ossada com que se diverte o senhor obscuro
que habita todo o corpo que o engorda
inclusivamente o teu quando o alimentas
deixar os outros dançar com a casca
como se nada fosse, mesmo nada
deixar os outros acreditar que é verdade
que estão mesmo a brincar contigo
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