sabemos como percorrer silêncios:
a amizade é uma coisa antiga e calada
habitada por olhares longínquos
de minhocas e de pássaros migrantes
a cada pouco nos entram pela porta
as lembranças e os risos guardados
em caixinhas de lata antigas
impõe-se o calor da sobremesa
as intenções nuas e mornas como o chá
a vida está em dia, posta a mesa
para as mãos vazias com que levemente
nos tocamos os ombros, os braços
há viagens, paragens, casas e quedas à espera
há a lareira nos olhos, há a porta meio aberta
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