a forma em que o teu corpo toma as
rédeas, se expande e retoma em mim a tua sorte, onde te sou jardim e
te me desfazes em sementes de papoila ou cravo; a forma em que te
rego à tarde como uma ponte translúcida num dia de chuva e tu és a
poça onde me espelho e reconheço do mesmo além de ti; a forma em
que o pescoço teu é um baobab ou uma sequoia ou um carvalho onde
aninham seres mitológicos, um canto à habitação primigénia, o
invólucro de um vazio onde sou Alice, caio-te pelo dentro das vozes
e és frasco que diz bebe-me. e bebo porque quero conhecer as tuas
estâncias, os teus becos interiores, espelhos, enigmas e equações
irresolutas; a forma em que te revelas lúcido como uma taça de
cristal, talhado por mãos que tratam de prata e diamantes negros; a
forma em que o poder das fontes te faz queda, vale e foz do verbo
feito aquém; a forma em que és a língua do tao e lambuzas na
corrente nossa para resgatar peixes cheios de palavras.
A Chávena de Humanidade
O Cháismo é um culto baseado na adoração do que é belo entre os factos sórdidos da existência diária. (...) É uma tentativa terna de atingir algo possível nesta coisa impossível a que chamamos vida.
El teísmo es un culto basado en la adoración de lo que es bello entre los hechos sórdidos de la existencia diaria. (...) Es un intento tierno de alcanzar algo posible en esta cosa imposible a la que llamamos vida.
Kakuzo Okakura
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