há em ti qualquer coisa que não se
segura. qualquer coisa frágil que pende como um candeeiro enorme, e
ameaça cair em cima das almas distraídas a contemplar a beleza com
que te trabalhas. nada cultuas que não leve ao êxtase da ternura,
talvez uma vontade antiga de ser avô e calar o choro de um bebé, ou
ouvir um pássaro e saber o que ele festeja ou anseia. tens pedras como amêndoas
para olhar às tardes, e nada nem ninguém te afasta dos odores de um
jardim cheio de grilos. és nas noites um pirilampo que, no ciclo do
que lhe é essencial, alumia porções de ar, folhas ou aranhas. arrastas pela terra preta palavras compostadas, feitas em líquido
fresco ou pasta, gotículas de voz que encostam às ervas, e se
escondem como bichos na barriga das pedras para saltar às nossas
mãos e corações quando as tocamos.
A Chávena de Humanidade
O Cháismo é um culto baseado na adoração do que é belo entre os factos sórdidos da existência diária. (...) É uma tentativa terna de atingir algo possível nesta coisa impossível a que chamamos vida.
El teísmo es un culto basado en la adoración de lo que es bello entre los hechos sórdidos de la existencia diaria. (...) Es un intento tierno de alcanzar algo posible en esta cosa imposible a la que llamamos vida.
Kakuzo Okakura
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário